Do porto de Safaga a Hurghada, no Egito

                        

   Geralmente, quem vai ao Egito o faz para visitar as pirâmides, a famosa esfinge de Gizé e o Museu do Cairo com as suas preciosidades históricas. Isso pode ser feito em três dias. Depois, as pessoas escolhem visitar Luxor e o Vale dos Reis, ao sul, ou fazer um cruzeiro pelo Rio Nilo de três a sete dias, dependendo de até onde quer ir ou de quanto tempo dispõe. Mas o Egito não é só isso. Há as cidades de Alexandria e Porto Said, no Mediterrâneo, que podem ser visitadas quando se faz cruzeiro pelo Mediterrâneo ou a Península do Sinai, para os que pretendem subir o Monte Sinai, local sagrado para os que têm a Bíblia como livro sagrado, hospedando-se no Mosteiro de Santa Catarina, aos pés do Monte.

   Para europeus, sobretudo, além desses roteiros clássicos, há o turismo de praia, que se desenvolve na costa do Mar Vermelho. O mais conhecido é Sharm El-Sheik, ao sul da península do Sinai, em direção a Eilat, a única cidade israelense situada no Mar Vermelho. É um local paradisíaco muito apreciado para congressos e conferências, mas muito visado pelos terroristas, pois é um local estratégico e eles querem desestabilizar o país e implantar ali um islamismo fundamentalista. A segurança no Egito é levada a sério, a todo momento há check-points para proteger os turistas.  Isso torna as viagens um tanto mais demoradas e cansativas, mas, é o preço que se paga por visitar um lugar tão visado por terroristas sanguinários.

   Como é a terceira vez que viajo ao Egito, optei por conhecer, dessa vez, a região turística do Mar Vermelho, do Porto de Safaga a Hurghada. O Porto de Safaga situa-se a 63 Km ao sul de Hurghada e de lá pode-se fazer os passeis a Luxor, ao Vale dos Reis e a Karnac, que levam o dia inteiro e muitas horas de estrada pelo deserto sob um sol causticante. Ainda bem que já fui a esses lugares e pude optar por um roteiro mais leve e agradável, indo de Safaga a Hurghada, por uma estrada asfaltada e pouco movimentada, passando por alguns balneários à beira-mar e resorts confortáveis para todos os gostos e preços. Essa região é famosa por turismo especializado em submarinismo, visto que  a cor que dá nome ao Mar Vermelho só pode ser vista no fundo do mar, pelas algas e a sua extraordinária fauna marinha. Por cima, o Mar Vermelho é azulzinho, em várias tonalidades de azul, com areia branquinha e várias ilhas que se tornaram paraísos para os amantes do mar. Safaga já foi sede do Campeonato Mundial de Windsurfing e a região é famosa, também por suas minas de fosfatos. Parece que suas águas e areias também têm poder terapêutico, se não pelos minérios, por sua beleza convidativa ao desestresse.

   Hurghada é uma cidade maior, com cerca de 200 mil habitantes. Seu balneário e resorts se estendem por uma faixa de 40 km pela costa egípcia do mar Vermelho. Possui uma parte antiga, El-Dahar, e a moderna, com hotéis, restaurantes e lojas comerciais. Há pouco tempo, inaugurou-se o Museu de Hurghada, moderníssimo, o primeiro museu de antiguidades do Mar Vermelho, com cerca de 2 mil peças em exposição. Todo feito para visitas pedagógicas, as exposições estão organizadas pela linha do tempo, passando por todas as fases históricas do Egito, da Antiguidade Clássica aos tempos atuais. Show! Embora o Museu do Cairo seja maior e mais importante, pela quantidade de peças que possui, a maioria amontoada, e possui o tesouro de Tuthankamon, que todos querem visitar, ainda que rápido e sob pressão, rs,  o de Hurghada é mais organizado, didático e moderno. Super-recomendo a visita aos que podem ter o prazer de curtir as praias desse paraíso no Mar Vermelho. E ainda há um centro comercial excelente no início do museu para compras de qualidade, caso você não esteja em grupo com guia, pois eles só o deixam comprar nos lugares indicados por eles. Claro, as comissões que complementam seus salários.    

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