Ilhas do Caribe

Há mais de trinta anos visito as ilhas do Caribe, desde que estive em Cuba, pela primeira vez, em janeiro de 1987, passeio inesquecível feito com os colegas da Ufes, para um congresso de professores. O mundo era diferente, Cuba ainda estava ligada à URSS, era socialista e nos mostrava avanços na saúde e na educação que não víamos em outros países, incluindo o nosso. Para chegarmos a Cuba, passamos pelo Panamá, na época totalmente dominado pelos EUA, e podíamos compará-los. Nesses trinta e dois anos, tanto Cuba quanto as demais ilhas do Caribe mudaram muito. Algumas, evidentemente, para melhor e, certamente, as maiores mudanças ocorreram devido ao turismo, uma indústria que trouxe desenvolvimento e progresso àquelas ilhas.

O que se pode observar, também, é que as ilhas que ainda estão subordinadas às potências europeias, França, Inglaterra e Holanda, estão em situação melhor do que as que se tornaram independentes. Veja o caso do Haiti, o primeiro país a se tornar independente da França, desde o longínquo 1804, após sangrenta guerra pela libertação. Até hoje, é o país mais pobre das Américas e, agora, até o Brasil recebe milhares de refugiados daquela ilha. Por outro lado, Martinica, Guadalupe e São Bartolomeu, ainda possessões francesas, estão em franco desenvolvimento. Não quero com isso dizer que ser uma nação independente é ruim, mas que, países tão pequenos, subordinados a uma monocultura, naquela região, a cana de açúcar, têm mais dificuldade de sobreviver do que os que estão ainda ligados às nações que os colonizaram.  Pequenos países da região como Dominica, São Cristóvão, São Vicente, Antigua, Santa Lúcia, Barbados e Grenada, antes subordinados à Inglaterra, hoje sobrevivem do turismo, mas, se comparamos Bermuda e as Ilhas Virgens, ainda pertencentes à Inglaterra, vimos o quanto estão em estágios diferentes de desenvolvimento.

Mas, fazer cruzeiro no Caribe, ou ficar alguns dias em seus paradisíacos resorts, é tudo de bom. Com exceções, a maioria tem praia bonita, com areia branca e mar azul, coqueiros e palmeiras, que fazem o cenário idílico das fotos que rodam as redes sociais. Acabamos de fazer novo cruzeiro no Caribe, o primeiro já lá se vão 25 anos, e é legal ver como algumas dessas ilhas melhoraram como Granada, Trinidad, Barbados, Santa Lúcia e Martinica. A exceção é São Vicente, que passou a ser destino de cruzeiros após as filmagens do “Piratas do Caribe” ali, e ainda nem tem um porto de cruzeiro adequado. Vimos isso em Granada, pois estivemos lá, quando ainda engatinhava como nação independente após a intervenção militar dos EUA, em 1983. Hoje, a pequena Granada, a ilha das especiarias, recebe milhares de turistas em seu belo terminal de cruzeiros, para conhecer suas belezas naturais, dentre as quais a bela Grande Anse Beach, uma das mais fotografadas do Caribe. Em 2017, o Caribe recebeu mais de trinta milhões de turistas, número que deve ter sido ultrapassado em 2018, enquanto o Brasil, com toda sua potencialidade de belezas naturais, patina na faixa dos cinco milhões de visitantes.